Juuse Saros observa jogadores do Colorado Avalanche comemorando após um gol

Seis análises sobre a metade da temporada 2024-25 da NHL

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Com 2024 para trás e metade da temporada 2024-25 da NHL já concluída, ela se mostra lotada de surpresas. Entre times que estão longe do desempenho esperado pelas previsões da pré-temporada e jogadores com atuações para ficar de olho, já é hora de fazer uma breve análise destacando algumas dessas surpresas e outras não tão surpreendentes assim.

O Washington Capitals é… bom?

Que atire a primeira pedra quem esperava o Washington Capitals nos primeiros lugares da liga no início de janeiro, e sem Alex Ovechkin no gelo por mais de um mês. Pois é. Apesar da lesão do capitão do time, que vinha em ótima campanha e ameaça quebrar o recorde de Gretzky já nesta temporada, os Capitals mostraram que são um bom time mesmo sem o principal jogador, vencendo 11 dos 17 jogos disputados sem ele.

Jogadores como Dylan Strome, Connor McMichael, Jakob Chychrun, Pierre-Luc Dubois e o goleiro Logan Thompson estão fazendo ótimas campanhas nessa temporada e ajudando o time a figurar entre os melhores da liga. Eles lideram a Divisão Metropolitana com 55 pontos em 39 jogos, sendo 26 desses, vitórias. O head coach Spencer Carbery já é um dos grandes candidatos ao prêmio Jack Adams de melhor técnico da temporada graças ao excelente trabalho realizado. Uma grata surpresa para um time que era considerado ter como único objetivo na temporada fazer Ovechkin marcar o maior número de gols possível.

Pittsburgh Penguins e a necessidade de saber encerrar ciclos

Após perder um dos principais jogadores em Jake Guentzel e já ter um dos elencos mais velhos da liga, os Penguins pouco fizeram para renovar o time. Digamos que isso não tem dado tanto resultado. O time ocupa a quarta colocação na divisão, com 50% em aproveitamento de pontos. Pittsburgh tem dividido jogos entre Nedeljkovic e Jarry no gol, mas ambos não chegam a 90% de aproveitamento em defesas, tendo sofrido 115 gols somados.

Sidney Crosby é novamente uma das poucas fagulhas de esperança desse time, com 42 pontos em 41 jogos. Já é sabido que os Penguins não entrarão em reconstrução enquanto seu capitão estiver jogando, mas a tentativa desse time de trocar ativos e prospectos para manter ida aos playoffs – como o Red Wings fez na década passada para manter uma sequência histórica de aparições em playoffs – pode custar muito caro a franquia no longo prazo. Já passou da hora do time reconsiderar as suas posições, saber que ciclos se encerram e que é saudável saber encerrá-los.

Horror em Smashville

Antes de falar sobre os Predators, queria aqui reconhecer que eu errei, e feio. Eu esperava muito mais dos Preds nessa temporada. O desempenho da equipe até aqui é vergonhoso. As contratações bombásticas não vem rendendo, o time parece perdido e Andrew Brunette parece ter dias contados no comando da equipe. Juuse Saros vem fazendo o que pode, com aproveitamento de defesas de 90,6% e 2,72 de média de gols sofridos por jogo, que são bons números. O ataque do time é que não funciona. O maior pontuador é o atacante Filip Forsberg com 33 pontos. O artilheiro é Jonathan Marchessault com 14 gols, em 40 jogos. O saldo de gols dos Preds é de -25. O time ocupa a 30ª colocação na liga, com 33 pontos em 40 jogos, um aproveitamento de 41,3%.

No momento. Nashville tem um desempenho equiparado a Chicago Blackhawks e San Jose Sharks, times que desde o fim da temporada passada já eram projetados para brigar pela primeira escolha geral do draft de 2025. Para um time recheado de jogadores vencedores e talentosos, a temporada do Nashville Predators está sendo um filme de terror sem fim.

KapriHart ou Hartprizov?

O Minnesota Wild está voando. É um dos melhores times da liga, brigando pelo primeiro lugar da divisão com o Winnipeg Jets. Muito desse sucesso se deve a ótimas atuações de Filip Gustavsson, que tem 18 vitórias em 27 jogos como titular, aproveitamento de defesas de 92,6% e 2,2 de média de gols sofridos. Apesar disso, o nome mais falado do time é Kirill Kaprizov.

O russo está a caminho de sua melhor temporada até agora na NHL, sendo o segundo melhor artilheiro da liga com 23 gols, atrás de Leon Draisaitl (Edmonton Oilers), e 50 pontos, o que deixa o jogador como o nono maior pontuador da temporada, porém tem apenas 34 jogos disputados, enquanto os rivais acima dele tem em torno de 40 partidas. Com esses números e somado a importância de Kaprizov no time junto com a ótima campanha do Wild até agora, Kirill the Thrill vai se firmando como um dos principais candidatos a melhor jogador da temporada.

Colorado e sua Avalanche de lesões (e goleiros)

Temporada nova, problema antigo para Colorado. Mais uma vez temos Nathan MacKinnon, Cale Makar e Mikko Rantanen muito bem, sendo os principais jogadores e pontuadores da equipe e o resto do elenco em frangalhos. A situação já esteve pior nessa temporada. Atualmente, são cinco jogadores na reserva de lesionados, sendo três na de longo prazo. Por conta disso, o ataque não flui fora dos três maiores pontuadores. O elenco de patinadores é bom, mas o número de lesões é um dos fatores que não vem deixando os Avs atingir seu potencial. E sim, as lesões são só um dos fatores.

Muitos já questionaram o fato de Alexandar Georgiev ser um goleiro titular na NHL. Sim, é um ótimo goleiro reserva, mas para titular? Bom, Colorado ia provando o contrário com boas temporadas, mas o questionamento ficava ali, à espreita, com sussurros de que a qualidade dos defensores mascarava muita coisa. Nessa temporada, quem questionava isso tinha razão. Georgiev não começou bem a temporada e Colorado teve mais esse grande problema para resolver. Justus Annunen, goleiro reserva, foi trocado para Nashville, Georgiev para San Jose, e a nova dupla de goleiros do Colorado Avalanche de repente muda para Scott Wedgewood e Mackenzie Blackwood. Essa mudança vai dando frutos, já que nos últimos 10 jogos, Colorado venceu sete e perdeu três, sendo uma no overtime.

O colapso nova-iorquino

Outro time que muitos esperavam mais nessa temporada era o New York Rangers. Atualmente o time ocupa a 7ª posição da Divisão Metropolitana, empatado em pontos com o rival New York Islanders, mas com um jogo a menos. Os Rangers estão tendo uma temporada sofrível e atrapalhada por rumores. Seja os rumores da renovação de Igor Shesterkin, que se tornou um dos goleiros mais bem pagos da história da liga, ou os de troca envolvendo peças até outro dia chaves do time. Esses burburinhos vão definindo a temporada do Original Six nova-iorquino. 

A baixa produção ofensiva e o número elevado de gols tomados pelo time comparado com o esperado com base em seu forte elenco, vem deixando ressalvas sobre o trabalho de Peter Laviolette, cujo cargo pode estar ameaçado devido a baixa performance da equipe. Artemi Panarin destoa do resto do plantel na produção ofensiva, tendo marcado 40 pontos em 37 jogos. Além dele, vêm fazendo uma temporada sólida Adam Fox, Will Cuylle, Alexis Lafrèniere e Mika Zibanejad. Jacob Trouba, capitão do time, tinha sido contratado pelos Rangers por sua fisicalidade em 2019 e trocado nesta temporada para Anaheim após um começo ruim e o general manager Chris Drury apertar o botão do pânico. Kaapo Kakko, segunda escolha geral do draft de 2019, foi mandado para o Seattle Kraken. Outro destaque negativo, é a gangorra da promoção envolvendo Matt Rempe, que oscila entre NHL e AHL, sendo chamado para o time principal sempre que a equipe acha que precisa de um brigador no time. Em uma NHL que está cada vez mais rápida, dinâmica e habilidosa, apostar sempre em jogadores corpulentos, físicos e brigões seja uma decisão errada para um time que desesperadamente precisa de talento ofensivo para produzir gols e vencer jogos.

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