Jesper Mattila e Tuomas Kiiskinen erguem a Kanada-malja (Foto: Lehtikuva)

Do Velho Mundo 2024-25 #6 – KalPa finalmente campeão e outros campeões

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Olá, e bem-vindos a mais uma edição de “Do Velho Mundo”! O seu informativo mensal sobre hóquei europeu chega a sexta e penúltima edição nesta temporada 2024-25, destinos foram definidos e campeões coroados e é sobre isso que falaremos mais uma vez. Vamos fazer uma jornada da Suécia andando em círculos pelo continente até a Finlândia e sua decisão de título entre KalPa e SaiPa.

Antes de começar, já deixo a dica de ler ou reler a edição de março desta coluna que a atual edição é uma continuação direta das repescagens que aconteceram em várias ligas. O caminho até as finais e coroação dos campeões foi feito de lágrimas, sangue, suor e corações partidos pelo caminho, e é sobre isso que vamos falar nesta edição.

E começamos nossa penúltima jornada nessa temporada na Suécia:

SHL – Ouro para o Luleå

Oito times estavam vivos na disputa em março, apenas um deles conquistou o direito de usar os tradicionais capacetes de ouro na celebração. Entre eles o Brynäs IF e Luleå, que foram os melhores times da temporada regular, os favoritos para chegarem a final. Adiantando um pouco os assuntos: Brynäs e Luleå foram os finalistas da temporada, diferente da Liiga com KalPa e SaiPa (assunto para depois).

Essa foi uma pós-temporada peculiar no que tange duração das séries, nenhuma durou mais do que seis jogos e menos do que cinco a partir das quartas de final, quando o formato melhor de sete jogos entra em vigor. Tudo começou com o Brynäs eliminando o Malmö Redhawks em seis jogos, Luleå precisou de cinco partidas para passar pelo Växjö Lakers. O Frölunda HC venceu o Timrå IK em seis partidas, enquanto o Skellefteå AIK passou pelo Färjestad BK em seis jogos na única série onde o time de pior campanha eliminou o de melhor campanha nesta fase.

Brynäs precisou de cinco partidas contra o Skellefteå na fase semifinal para se classificar. Já o Luleå jogou seis vezes contra o Frölunda para chegar a grande final. Tiveram jogos muito bons, disputas muito interessantes e emocionantes, como o jogo número quatro entre Luleå e Frölunda que foi decidido apenas na terceira prorrogação. É impossível falar sobre tudo sem que o texto fique impraticável de tão grande, por isso vamos falar sobre a final.

A disputa para usar o capacete dourado começou em uma partida eletrizante, empate em 1 a 1 nos 60 minutos e prorrogação com um gol de Anton Rödin dando a vitória para o Brynäs. No jogo seguinte, ainda na casa do Brynäs, o Luleå aproveitou a força do power play para marcar três gols e deslanchar no jogo vencendo por 5 a 2. No jogo seguinte novamente a vantagem numérica foi uma vantagem na prática para o Luleå e, dessa vez, o placar foi de 5 a 1.

O quarto jogo começou com o Brynäs abrindo 3-0 fora de casa nos primeiros minutos, o Luleå teve que batalhar para empatar a partida marcando um gol em cada período. Mas, foi só o Luleå empatar o jogo que Jakob Silfverberg voltou a colocar o Brynäs na frente do placar, nos segundos finais ainda teve um gol em empyt net para sagrar a vitória do Brynäs. Até então estava 2 a 2 na série, os times tiveram seus momentos de domínio e jogos disputados.

Então chegou a quinta partida, na casa do Brynäs, e Luleå resolveu dar o troco. Foram três gols entre o primeiro e segundo período de jogo. O Brynäs chegou a encostar no placar, só para o Luleå marcar dois gols rápidos e fechar com um empty net vencendo o jogo por 6 a 2 e conseguindo a chance de ser campeão no jogo seis, diante dos seus torcedores. E o que aconteceu? Se você prestou atenção no texto já sabe, no entanto vamos contar mesmo assim.

Foi um dia de festa na Coop Norrbotten Arena, em Luleå, mesmo com o Brynäs saindo na frente. A torcida do Luleå não desanimou e empurrou o time para o empate, e a virada, e mais três gols. O segundo gol do Brynäs não foi nem perto do suficiente, o placar já estava 5 a 2 para o Luleå e a pressão estava forte. O placar não se alterou, o tempo passou e o fim do jogo marcou o fim da temporada.

Capacete dourado e troféu para o Luleå (Foto: Simon Eliasson/BILDBYRÅN)

Após 29 anos e pela segunda vez em sua história, o Luleå conquistou o troféu Le Mat. Os capacetes dourados apareceram, o defensor Frédéric Allard foi eleito melhor jogador dos playoffs com 21 pontos, 3 gols e 18 assistências. Os portões foram abertos e a torcida entrou no gelo para comemorar com os jogadores o tão sonhado título, fechando com chave de ouro a campanha vencedora e digna de título.

DEL – O Titã de Berlim continua reinando

Como mencionado na edição número quatro, o Düsseldorfer EG foi rebaixado esportivamente por ser o último colocado da temporada regular da DEL. Com a decisão da DEL2 e o título do Dresdner Eislöwen está decretado: Dresdner sobre para disputar a DEL em 2025-26, Düsseldorfer desce e jogará a DEL2 na próxima temporada.

Em março também, a DEL teve suas repescagens e a disputa pelo título tomou rumos muito interessantes durante o curso dos playoffs. A fase de quartas de final teve a primeira surpresa nos confrontos, uma surpresa que marcou os rumos da pós-temporada. Ela aconteceu no confronto entre Pinguins Bremerhaven, terceiro colocado na temporada regular, versus Kölner Haie, sexto lugar. Os Haie começaram vencendo em Bremerhaven com um poderoso 5 a 0, que logo foi respondido pelos Pinguins em Colônia com 5 a 2 no placar. A série retornou para Bremerhaven e um jogo muito disputado terminou com 3 a 2 para os Haie na prorrogação, o time aproveitou o momento vencendo o próximo jogo por 5 a 2. Os Pinguins evitaram a eliminação no jogo cinco em casa, no entanto a série acabou com vitória dos Haie em Colônia por 3 a 1, 4 a 2 na série.

As outras disputas das quartas de final foram 4 a 2 para o ERC Ingolstadt sobre o Nürnberg Ice Tigers, 4 a 1 para o Eisbären Berlin contra o Straubing Tigers. E o Adler Mannheim derrotou o Red Bull München por 4 jogos a 2. Ingolstadt e Kölner jogaram uma das semifinais e novamente os Haie surpreenderam, a classificação para a primeira final do time de Colônia desde 2014 veio em seis jogos, com um 3 a 2 na prorrogação para delírio dos torcedores dos Haie. A outra semifinal foi uma varrida do Eisbären Berlin com autoridade e folga, o Adler Mannheim nem chegou perto de sonhar com uma vitória.

Os Eisbären buscavam seu 11º título alemão, tecnicamente 26º título nacional se somarmos os 15 da antiga Alemanha Oriental quando se chamava Dynamo Berlin, o segundo seguido. Os Haie estavam na busca pelo seu nono título nacional, o primeiro em 23 anos. No primeiro jogo os Eisbären venceram por 5 a 1 com imposição e autoridade de seu ataque veterano e estrelado. O segundo jogo contou com uma abarrotada Lanxes Arena e uma batalha emocionante, com direito a uma vitória dos Haie na prorrogação com o gol marcado de Gregor MacLeod. Esse jogo mostrou que a final poderia ser equilibrada, a questão é que o equilíbrio ficou apenas no campo das ideias.

O jogo três foi disputado na capital Alemã e os Eisbären venceram facilmente por 7 a 0. O mesmo placar foi repetido no jogo número quatro para desespero dos torcedores do Kölner, e no quinto jogo novamente 7 a 0 para os Eisbären fechando a temporada. O que parecia uma disputa possível para o Kölner Haie se mostrou uma consagração e demonstração de poder do Eisbären Berlin.

E deu Eisbären Berlin outra vez (Foto: IMAGO/O.Behrendt)

Com o décimo primeiro título dos Esibären, todos conquistados na era da DEL, a supremacia do time da capital se consolida. O poderoso time derrotou um gigante com força e sem grandes dificuldades, não somente os Eisbären de certa forma estragaram um possível conto de fadas, como mostraram que não havia ninguém pronto para enfrentá-los na Alemanha hoje.

Agora o Eisbären Berlin vai ter que jogar na Liiga para ver se KalPa ou SaiPa são uma competição para ele!

Nota: Supostamente o Eisbären Berlin já foi convidado a se juntar a outra liga (KHL) no passado, assim como o Kölner Haie, no entanto recusou o convite e está #fechadocomaDEL.

ELH – Entre êxtase e corações partidos

Competições são conhecidas por histórias de triunfo e superação, quando um atleta ou equipe tem seu grande momento de brilhar e transformar todo suor e lágrimas em sorrisos e celebrações. Esse lado é uma verdade, não a única, existe outra face que é da decepção e tristeza de quem fez seu máximo e não alcançou o objetivo pelo qual tanto lutou.

A repescagem aconteceu, como anteriormente relatado, e teve início a fase de quartas de final. Dos times que passaram da repescagem, o único que chegou a ter chance real de se classificar foi o Mladá Boleslav, que chegou a forçar um jogo sete contra o Mountfield HK, no entanto não conseguiu fazer a zebra acontecer. České Budějovice foi varrido pelo Dynamo Pardubice, o HC Oceláři Třinec foi eliminado pelo Sparta Praha por 4 jogos a 1, e o Energie Karlovy Vary foi despachado pelo Kometa Brno por 4 a 2, com direito a apagão no quinto jogo (entenderam?).

Os quatro melhores times se enfrentaram nas semifinais, uma delas foi o primeiro lugar na temporada regular, Sparta Praha, contra o quarto, Kometa Brno. O Kometa começou vencendo um jogo eletrizante (sem trocadilhos com outro time) em Praga, Praha em tcheco. O Sparta empatou a série no jogo seguinte e o Kometa voltou a liderança ao vencer o jogo três, porém o Sparta empatou novamente no jogo quatro. A quinta partida foi na capital tcheca e novamente outro grande jogo, 3 a 3 em três períodos, na prorrogação o heroi improvável foi Tomáš Rachůnek, um atacante reserva que quase não jogou nos playoffs, fez o gol para a vitória do Kometa. O Sparta respondeu mais uma vez, venceu o sexto jogo por 3 a 0 e determinou que deveria acontecer o jogo sete. E, seguindo o padrão da série, o Kometa venceu o jogo de número ímpar, dessa vez pelo placar de 3 a 1 , e voltou à final da ELH pela primeira vez em sete anos.

O outro finalista foi o Dynamo Pardubice, terceiro colocado na temporada regular, que passou pelo segundo lugar, Mountfield HK. O único jogo vencido pelo Mountfield na semifinal foi o segundo da série, apenas na prorrogação. Os outros jogos não foram apenas vencidos pelo Dynamo, como dominados do início ao fim. Dessa maneira, o Dynamo voltou a final após uma derrota no ano anterior.

Dynamo e Kometa se enfrentaram na final da temporada 2011-12, com vitória do Dynamo em seis partidas. Para vocês compreenderem quanto muito mudou desde 2012: O Artista venceu o Oscar de Melhor Filme, Call Me Maybe de Carly Rae Jespen era o hit do momento, Bento XVI era o papa, e nenhum time canadense vencia a Stanley Cup desde 1993… Como eu disse, muito mudou daquela época para hoje, não tudo.

A final da ELH em 2025 foi emocionante, começou com dois jogos em Pardubice e, logo no primeiro jogo, uma prorrogação e vitória do Kometa por 2 a 1. O Dynamo empatou devolvendo o placar de 2 a 1 no segundo jogo, e venceu o terceiro por 4 a 1 em Brno. O Kometa empatou novamente a série na quarta partida, vitória por 7 a 4 em um jogo completamente fora do normal. A série retornou para Pardubice e o Kometa voltou a vencer, desta vez por 4 a 2 no placar, e estava com a faca e o queijo na mão.

A torcida do Kometa lotou a Winning Group Arena para o sexto jogo, preparou a festa do título para… Uma goleada do Dynamo, 5 a 1 no placar e o jogo sete tinha sua existência garantida. O jogo do tudo ou nada tinha um peso diferente, para o Dynamo era a chance de redenção de uma dolorosa derrota na final do ano passado, que veio no jogo número sete também disputado em Pardubice e que foi definido na prorrogação. Para o Kometa era a chance de voltar a ser campeão após sete anos e, de certa forma, devolver a derrota na final de 2012.

O jogo começou muito nervoso e os times não conseguiam bons disparos a gol, até que Peter Mueller recebeu o disco e abriu o placar para o Kometa. Isso foi no primeiro período, o gol de Mueller teve um efeito cascata no jogo, primeiro colocou a responsabilidade e pressão no lado do Dynamo. O time começou a criar algumas chances boas de verdade, todas defendidas por Michal Postava, além da dificuldade de enfrentar um verdadeiro paredão de corpos dos jogadores do Kometa na frente do goleiro. Um jogo sete de final não é hora de pensar muito no que fazer, bloqueia primeiro, pensa.

A partida continuou muito nervosa e passou mais de um período sem alteração no placar. Foi já na terceira etapa que veio a segunda consequência do efeito cascata: o Kometa aproveitou o contra-ataque e Jakub Flek fez 2 a 0. A torcida do Dynamo estava nesse momento sofrendo um efeito flashback da final de 2024, no entanto se recuperou e voltou a empurrar o time. Agora era tudo ou nada, o Dynamo não podia pensar muito, tinha marcar pelo menos dois gols para evitar a derrota no tempo normal. Postava continuou defendendo, durante todo o jogo ele fez um número relativamente baixo de 21 defesas, o Kometa não dava espaço para disparar, ou, no máximo, as tentativas paravam na barreira de jogadores se jogando na frente do disco para impedir que o disparo virasse um gol.

Esse cenário levou a saída do goleiro do Dynamo com mais de cinco minutos para o final do jogo e o golpe derradeiro: Andrej Kollár disparou para a rede vazia e fez Kometa 3 a 0. Era questão de tempo, e o tempo passou, o Dynamo ainda tentou mostrar energia no último ato da temporada, mas era preciso um milagre e ele não veio para o time de Pardubice.

Esportes não são justos por natureza, eles são competições onde só um vence no final, não importa muito todo o resto da história. O Dynamo voltou a final após uma traumatizante derrota em 2024, voltou a disputar o jogo sete em casa na final e o fim foi praticamente igual. Para a tristeza do torcedor que compareceu, cantou e apoiou até o fim, dos jogadores que novamente deram 100% e mesmo assim não foi o suficiente. É difícil quando você vê um coração partido, duas vezes seguidas em circunstâncias praticamente iguais é mais doloroso. Tudo isso faz parte da vida e do jogo, pode ser um final triste, entretanto não precisa ser o final definitivo e existe a chance de uma volta por cima.

Lamento para uns, festa para outros (Foto: Vít Golda)

Olhando o lado do Kometa, nada melhor do que ser campeão e quando se faz isso com uma vitória no jogo sete, na casa do adversário, é algo muito maior. Quando um time faz o que é necessário e vence, a festa, as lágrimas de felicidade e todo êxtase se faz justo e belo. Pela terceira vez o Kometa Brno é campeão da ELH, pela 14ª vez campeão nacional já que aos três títulos de ELH são somados 11 da Extraliga tchecoslovaca. Foi o título mais emocionante da história do Kometa, senão o mais em muito tempo, e certamente as memórias felizes viverão nos jogadores e torcedores que viram essa grande vitória.

Estamos chegando no momento de falar da final da Liiga entre KalPa e SaiPa, mas antes vamos passar na Eslováquia, que fica do lado da Tchéquia.

Extraliga Eslovaca – HC Košice vezes 10

Mais uma temporada da Extraliga aconteceu e o desfecho não foi nada fora do comum, no entanto este trecho do texto é mais sobre a jornada do que o destino. E para o HKM Zvolen a jornada foi muito interessante, o time que foi 10º lugar e passou pela repescagem enfrentou o melhor time da temporada regular , o HK Spišská Nová Ves, nas quartas de final. Essa foi uma série em que a zebra apareceu, o Spišská Nová Ves começou vencendo em uma prorrogação em jogo muito difícil. Nos três jogos seguintes o Zvolen dominou o time que era favorito até então e ficou a beira de vencer a série. O Spišská Nová Ves evitou a eliminação no jogo cinco, mas o Zvolen decretou sua classificação com outra grande vitória.

Enquanto isso acontecia, HC Košice eliminou o HK Dukla Trenčín em seis jogos, também em seis jogos o HK Nitra eliminou o HK Poprad. Vlci Žilina passou pelo HK Banská Bystrica em cinco partidas. As semifinais foram Košice contra Zvolen e Nitra versus Žilina, a série entre Košice e Zvolen demorou seis jogos e o Košice conseguiu vencer e eliminar a zebra antes que ela tivesse chance de tirar outro favorito da disputa.

A outra semifinal seguiu um roteiro mais dramático, o Nitra chegou a abrir vantagem de 3 jogos a 1 contra o Žilina. A reação do Žilina foi de duas vitórias seguidas pelo placar de 3 a 2, incluindo uma vitória na prorrogação para garantir um sétimo e derradeiro jogo. No último jogo o Nitra conseguiu se impor novamente e, mesmo com a chuva de gols, não deixou em momento algum que o Žilina encostasse no placar vencendo por 7 a 4.

Košice e Nitra se classificaram para a decisão, uma final entre o segundo e terceiro colocados na temporada regular. E que final foi, sete jogos que começaram com uma vitória do Nitra pelo placar de 2 a 0. O Košice reagiu vencendo o segundo jogo, além do terceiro e quarto já em Nitra, e abrindo 3 a 1 no placar. O Nitra decidiu estragar a festa de um possível título na casa do Košice e empatou a disputa no jogo seis, levando ao ápice de um jogo sete. E que ápice foi?

Nitra abriu o placar, Košice empatou e o Nitra marcou mais duas vezes. O time da casa diminuiu e sofreu o quarto gol, o jogo entrou no terceiro período com o placar de 2 a 4 em vantagem para o Nitra. O Košice reuniu suas forças e voltou voando no gelo marcando um gol logo no início do período e continuando a dominar o jogo até empatar. O drama já comum em um jogo sete ficou maior e, sendo uma final, é impossível ser mais dramático do que isso. O drama traz peso e qualquer situação de jogo pode ser o suficiente para dar uma vantagem a um dos times, foi isso que aconteceu, uma penalidade nos segundos finais de jogo deu a vantagem para o Košice. A partida foi para a prorrogação, o power play pressionou e Danick Martel marcou o gol da virada, vitória e título do HC Košice.

O HC Košice conquista a Extraliga da Eslováquia pela décima vez, e assim como o Kometa Brno, também precisamos somar os títulos dos tempos da Extraliga tchecoslovaca, que são dois. Esse foi o 12º título nacional do Košice e um muito, muito merecido. Um time forte, que fez bons playoffs e soube manter a cabeça no lugar quando foi colocado contra a parede e encarou um desafio contra o relógio e um adversário muito forte para vencer esse título. Que jornada!

Liiga – KalPa campeão, finalmente!

A Liiga quase viu um retorno triunfante nessa temporada: o Jokerit. Para quem não conhece a história, o Jokerit é um time tradicionalíssimo de Helsinque que em 2014 foi jogar na KHL. Depois de algumas temporadas em outra liga, em 2022 o Jokerit se retirou da KHL e voltou para os campeonatos finlandeses. O Jokerit chegou a Mestis e venceu a segunda divisão, no entanto, foi derrotado pelo Pelicans na disputa por uma vaga na Liiga e vai passar outro ano na Mestis.

E quanto a Liiga em si?

Foram 60 rodadas na temporada regular, Rauman Lukko, Ilves Tampere, KalPa e HIFK foram respectivamente os quatro melhores times e passaram diretamente para as quartas de final. A primeira rodada da pós-temporada teve quatro disputas em série melhor de cinco jogos para garantir uma vaga nas quartas de final também. O Ässät (sétimo lugar) varreu o HPK (10º), o Kookoo (sexto colocado) precisou de quatro jogos para eliminar o Sport (11º). Kiekko-Espoo (oitavo) e Tappara Tampere (nono) precisaram de cinco jogos e o Tappara eliminou o Kiekko-Espoo com uma vitória por 4 a 3 no quinto jogo. A série entre SaiPa (quinto lugar) contra TPS (12º) também precisou de cinco jogos e somente na prorrogação do quinto jogo que o SaiPa conseguiu eliminar o TPS.

As quartas de final foram 75% varridas, Lukko varreu o Sport, o Ilves varreu seu rival de cidade, Tappara, no derby de Tampere, e o SaiPa surpreendeu a todos despachando o HIFK em quatro partidas. KalPa e Ässät seguiram o roteiro contrário, jogaram as sete partidas disponíveis e cinco dos sete jogos tiveram equilíbrio, no final das contas o KalPa conseguiu uma vitória apertada por 3 a 2 na sétima partida e passou para as quartas de final.

As surpresas continuaram nas semifinais: o SaiPa eliminou o Lukko em seis jogos, o mesmo número de jogos foi o que o KalPa precisou para eliminar o Ilves e chegar a final também. A final ficou definida entre o terceiro e o quinto colocado da temporada regular, já os dois primeiros jogaram a disputa do terceiro lugar. O Ilves venceu o Lukko por 5 a 4 na prorrogação do jogo único e ficou com a terceira posição e um prêmio melhor do que o oponente. O título estava entre KalPa e SaiPa, independente que quem vencesse a Liiga teria um campeão inédito.

A final entre KalPa e SaiPa foi peculiar, somente no jogo três que o time mandante venceu a partida. Isso significa que o SaiPa começou vencendo e, como os times alternam o mando de gelo a cada jogo, o KalPa empatou a série na segunda partida. O terceiro jogo não foi apenas a única vitória de um mandante, como uma goleada por 8 a 1 do KalPa, que virou a série nesse momento, e aproveitou o jogo fora de casa para abrir 3 a 1 na série depois dessa goleada. É claro que o SaiPa impediu o KalPa de vencer o título em casa, uma vitória por 2 a 4 levou a série para o jogo seis. E a tendência do visitante vencer se fez presente uma última vez, o KalPa bateu o SaiPa por 3 a 2 no sexto jogo e venceu a série por 4 a 2, o que deu a ele o título de campeão da Liiga na temporada 2024-25

Time do KalPa posando para a foto com a torcida (Foto: All Over Press)

E finalmente o KalPa é campeão

O Kalevan Pallo, mais conhecido pela aglutinação das duas palavras formando KalPa, foi fundado em 1929. É um time de não muitos grandes resultados na sua história, antes dessa conquista tinha perdido duas finais, em 1991 e 2017, vencido a Mestis duas vezes (2004 e 2005), além de uma Spengler Cup em 2018. Então e finalmente, pela primeira vez em 96 anos de existência, o KalPa vence um título de grandeza e importância maior. Esse foi um final muito especial para o KalPa e também para a Liiga, de certa forma, nessa temporada. A consagração de um time muito tradicional e a saída do lugar comum na última década, que era o domínio do Tappara e times como HPK, Lukko e Kärpät sempre frequentando finais e mesmo vencendo.

Após esses títulos do KalPa e outras equipes e alguns rebaixamentos, o que resta então? Apenas uma decisão pela frente e uma com grandes expectativas… Mas essa decisão fica para a próxima edição!

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