
(Foto: Rob Rasmussen)
Da universidade para a profissional: as diferenças entre a NCAA e a NHL
Uma das jornadas mais utilizadas por jogadores para entrar nas ligas profissionais de hóquei é jogar por uma universidade. Atualmente, aproximadamente 33% dos jogadores da NHL já jogaram por algum time das seis conferências da NCAA de divisão 1. Nomes como Adam Fantilli, Luke Hughes e Logan Cooley, calouros na NHL na temporada 2023-24, estavam jogando pelas suas respectivas faculdades na temporada passada. Mesmo que ambas as ligas tenham múltiplas similaridades, é possível observar algumas diferenças de regras entre o colegial e o profissional. Essas mudanças vão desde o equipamento de cada jogador até o comportamento de cada um no gelo. Estes são fatores que definitivamente afetam os jogadores recém saídos das universidades em sua adaptação na NHL.
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Equipamentos e Proteção
Na NHL, jogadores não são obrigados a usar capacetes que completamente protegem as suas cabeças, somente visores. Os capacetes que protegem completamente o rosto, são normalmente usados por recomendação médica. A preocupação com a proteção facial dos jogadores se estendeu somente no final dos anos 60 na liga, após um jogador chamado Bill Masterton vir a óbito em um jogo por uma lesão no cérebro. Somente em 1979, eles passaram a ser obrigatórios na liga.
Na NCAA, os jogadores são obrigados a usarem capacetes que contenham um tipo de grade em sua frente e com alças que os prendam firmemente no pescoço. É especificado que essas alças não devem ter uma distância do pescoço ao queixo maior que dois dedos.
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Quantidade de jogadores
Na NHL, você pode ter até 18 “patinadores vestidos” e dois goleiros.
Na NCAA, você pode ter até 19 “patinadores vestidos” e três goleiros.
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Prorrogação e Empates
Na NHL, durante a temporada regular, existem três tempos de 20 minutos com dois intervalos entre eles de 15 minutos. Se depois desses 60 minutos, se o jogo continuar empatado, uma prorrogação de cinco minutos de 3-contra-3 acontece. Se o empate persistir, há uma disputa de pênaltis, não havendo a possibilidade de empate. Além disso, os times não mudam de lado durante a prorrogação.
Nos playoffs, temos a mesma lógica da impossibilidade de um empate. Ao invés de uma única prorrogação e depois pênaltis, temos prorrogações 5-contra-5 de 20 minutos (como se fosse um novo período), que se repete quantas vezes necessário até algum dos times pontuar. Um dos exemplos desse formato foi no primeiro jogo das semifinais dos playoffs da conferência leste no ano passado do Carolina Hurricanes contra o Florida Panthers. O jogo teve quatro prorrogações até Matthew Tkachuk fazer o gol que deu a vitória aos Panthers.
Na NCAA, temos o mesmo formato de 3-contra-3 durante cinco minutos na temporada regular. Mas, na liga, os times mudam de lado para a prorrogação. A grande mudança comparada a NHL é que os jogos podem acabar em empates. Mesmo com a possibilidade de uma disputa de pênaltis, muitos jogos simplesmente acabam em empate. Normalmente, a escolha de não seguir à disputa de pênaltis vem ao serem jogos disputados por times de conferências diferentes.
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Penalidades
Na NHL, um gol em uma delayed penalty, conta mas a penalidade acaba não sendo cumprida.
Na NCAA, um gol na mesma situação, conta e a penalidade também acontece.
Na NHL, o disco saindo por cima do vidro na área de defesa é considerado como atraso de jogo e o jogador servirá uma penalidade de dois minutos.
Na NCAA, a penalidade somente acontece se os árbitros considerarem que o movimento foi intencional.
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Brigas
Na NHL, a maioria das brigas são levadas com uma major penalty de cinco minutos. Mas essa resposta pode mudar em diferentes situações. Um dos exemplos aconteceu entre os jogadores do Florida Panthers e do Ottawa Senators, onde todos os jogadores que estavam no gelo durante uma briga receberam penalidades de 10 minutos, ou seja, todos foram basicamente ejetados do jogo, visto que a partida teria somente mais sete minutos. Foram um total de 167 minutos de penalidades durante o jogo inteiro.
Na NCAA, brigas são muito mais repreendidas por estarem em um ambiente colegial. O jogador que fizer parte de uma briga será penalizado com um major penalty de cinco minutos, além de uma desqualificação do jogo – onde ele é ejetado e não joga a próxima partida.
Um exemplo da conduta mais “preocupada” da liga colegial foram os jogos que Mark Estapa, jogador da Universidade de Michigan, não foi colocado da escalação pela sua quantidade alta de minutos na caixa de penalidades e pelo seu jogo muito físico. O mesmo teve na temporada passada 87 minutos de penalidades.
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Curiosidade:
Além das diferenças à NCAA, a NHL também não vai de acordo com a IIHF, a International Ice Hockey Federation, que comanda os torneios internacionais como a Copa do Mundo de Hóquei.
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