
Maiores secas de playoffs da NHL
Abril chegou e nesse momento da temporada a liga já tem seus classificados aos playoffs e os postulantes a briga pela primeira escolha geral na loteria do Draft. E em maior frequência, os times ruins estão em seca de playoffs e quase sempre pelos mesmos motivos: rebuild, times que vivem no limbo de talento, gestões ruins ou apenas a incapacidade de serem competitivos.
Com isso, vamos falar dos times que enfrentam no momento as maiores secas de ida aos playoffs da NHL. Óbvio que não haverá extremismo para colocar todas as secas, até porque tivemos a pandemia e mudança provisória de divisões, então serão citados apenas aqueles que já estavam na seca antes da temporada caótica de 19-20.
San Jose Sharks (5 temporadas)
Durante boa parte da última década, os Sharks frequentaram o topo da divisão do Pacifico e chegaram até a Stanley Cup na temporada 15-16, perdendo para o Penguins em seis jogos. Após o pico máximo da franquia, os comandados de Peter DeBoer e do general manager Doug Wilson tentaram se manter no topo sacrificando o futuro a médio prazo, trocando escolhas de draft e prospectos para reforçar o time e poder aumentar a duração da janela do time que poderia ser campeão.
A taça não veio, o futuro chegou, os principais (que restaram) jogadores do time já envelhecidos (Logan Couture, Marc-Edouard Vlasic) e novo técnico e novo GM (David Quinn e Mike Grier respectivamente) tem agora a missão de ajudar o time a se reconstruir, mesmo sabendo que isso só será possível a médio prazo, já que a ambição pela Stanley Cup fez o time não ter ativos o bastante para que pudessem deixar mais encaminhada a virada de chave. E nessa temporada, os Sharks são, em termos brutos, o pior time da liga, então zero chances de playoffs.

Última vez que a torcida do Sharks foi feliz (Crédito/San Jose Sharks)
Anaheim Ducks (6 temporadas)
Assim como seu rival citado acima, os Ducks foram protagonistas na última década, onde mesmo não chegando na final, bateram de frente contra qualquer um na pós-temporada. Bob Murray como GM e presidente de operações montou times extremamente competitivos para que Bruce Boudreau e Randy Carlyle pudessem tentar brigar pela Stanley. Mas o destino não foi justo com o time e dentre muitas lesões graves (Ryan Kesler, Patrick Eaves) e o envelhecimento da espinha dorsal que foi campeã em 2007 (Ryan Getzlaf, Corey Perry, Teemu Selanne, François Beauchemin), a franquia começou o seu calvário de reconstrução, passando por crises como o fim da era Bob Murray que traumático ao extremo e o experimento Dallas Eakins (o time não defendia, o time não atacava e ele jurava que tudo daria certo).
Após toda a crise, a atual temporada pode ser um ponto de mudança de fato para a franquia, com o GM Pat Verbeek tendo mais tempo de trabalho com seu técnico em Greg Cronin e implementando sua filosofia de trabalho e desenvolvimento dos prospectos e dos principais jogadores que mesmo jogando em um time fraco e que não irá para os playoffs nesta temporada, mostram protagonismo e podem ser essenciais em uma possível era gloriosa para a franquia de Orange County.

Cronin pode reverter a sua situação? (Crédito: Joe Sargent / NHLI via Getty Images)
Ottawa Senators (7 temporadas)
Das equipes citadas aqui, nenhuma delas teve o jejum iniciado de forma tão cruel quanto os Sens. O time do técnico Guy Boucher e do GM primeiro-anista na franquia Pierre Dorion chegou até a final de conferência, mas como Deus tem seus escolhidos, a franquia sofreu uma derrota extremamente dramática contra os Penguins no jogo 7 da final de conferência, na segunda prorrogação. E assim como o jogo 7, a derrocada do time foi tão dramática quanto: a malfadada troca por Matt Duchene, as polêmicas do dono Eugene Melnyk em relação a baixa audiência nos jogos em casa e as eternas ameaças de venda da franquia, as trocas dos jogadores que montavam a espinha dorsal como Dion Phaneuf, Derrick Brassard, Erik Karlsson, Mark Stone e Mike Hoffman, acabaram culminando no fim mais que traumático da última grande geração dos Senators.
Hoje, o futuro do Sens é uma incógnita: Pierre Dorion mesmo garantindo que o time seria protagonista em 2022 nem é mais o general manager da equipe; os movimentos recentes para melhorar o time, como a troca por Jakob Chychrun (que nem está mais no time) e as malfadadas assinaturas de Alex DeBrincat e Claude Giroux não se mostraram efetivas e a mais triste que representou o fim de um momento histórico do time, a morte de Eugene Melnyk e a subsequente venda do time para Michael Andlauer.

Ainda dói… (Crédito: Charles Leclaire)
Detroit Red Wings (8 temporadas)
“Acredite no processo”. Este lema usado em outros esportes (Philadelphia 76ers na NBA e o Arsenal na Premier League, por exemplo) foi usado no início da reconstrução pelo ex-técnico do time Jeff Blashill para motivar a torcida da Motor City em relação ao projeto montado pelo ídolo multicampeão pela franquia como jogador e atual general manager Steve Yzerman, após o fim da sequência extremamente vencedora da franquia em idas aos playoffs, encerrada após 25 temporada e que de facto foi encerrada após a morte do dono Mike Illitch.
Hoje o processo está cada vez mais próximo de ser concretizado, com o surgimento de jogadores como Moritz Seider e Lucas Raymond além de ter uma espinha dorsal formada por nomes como Alex DeBrincat e Dylan Larkin, que mesmo relativamente jovens (27 e 28 anos respectivamente) já são experientes e mostram um teto alto que ainda não foi atingido. O problema é jogar na divisão mais difícil da liga e mesmo com campanha positiva até o momento, o time tem grandes chances de não ir para os playoffs.

Confiem no plano (Crédito: Bruce Bennett/GettyImages)
Buffalo Sabres (13 temporadas)
Existe algo na cidade de Buffalo que conspira contra as franquias pertencentes a cidade. Nos anos 90, o Buffalo Bills perdeu quatro Super Bowls consecutivos, e como nada está tão ruim que não possa piorar, os Sabres entraram nessa balada ao perder a Stanley Cup em 98-99 de forma extremamente polêmica para o Dallas Stars, com o famoso gol de Brett Hull: foi legal? Não foi legal? Era a mesma posse? Não era a mesma posse? Seria Deus conspirando contra Miroslav Satan igual na famosa música de Zé Ramalho? Nem Mulder e Scully puderam solucionar esse caso digno de Arquivo X.
Somado a isso, o time entrou numa espiral descendente bizarra e que perdura até hoje, já que nada funciona: reconstrução eterna, trocas bizarras (alô Taylor Hall), capitão que entra em conflito e pede para ser trocado, como no caso de Jack Eichel foi trocado e pouco tempo depois levantou o Lord Stanley em Vegas, trocas de técnicos e general managers que não mudam nada as perspectivas da franquia, além do fato de jogar em Buffalo e por isso, tem que jogar na divisão mais competitiva da liga. Tudo isso são fatores que fazem a franquia ter a maior seca de ida aos playoffs e que aparentemente irá se manter por muito tempo, já que nessa temporada as possibilidades de classificação são mínimas.

O lance que amaldiçoou uma franquia (Crédito: Kevin Frayer / Associated Press)
Winnipeg Jets: do original ao atual
23 de maio de 2025Lane Hutson e o Calder Trophy: por que o prêmio de novato do ano já tem dono
23 de abril de 2025Tudo sobre os playoffs da temporada 2024-25 da NHL!
19 de abril de 2025
Leave a reply Cancelar resposta
Mais novidades
-
Tudo sobre o Frozen Four de hóquei feminino 2024: o que você precisa saber sobre ...
29 de fevereiro de 2024 -
Tudo sobre o time de New York da PWHL
20 de dezembro de 2023 -
Os destaques da Divisão Atlântica em novembro de 2024
1 de dezembro de 2024
Sobre o Tic-Tac-Gol!
O portal Tic-Tac-Gol! foi criado em 2022, com o intuito de trazer as últimas informações sobre as melhores ligas de hóquei de um jeito inclusivo, dinâmico, fluido e divertido,
assim como disseminar sobre o esporte para o público brasileiro.
O podcast Tic-Tac-Gol! surgiu em 2021, antes do portal que temos hoje, e foi o primeiro podcast sobre o esporte feito apenas por mulheres! Ao longo desses anos, o Tic-Tac-Gol! passou por várias mudanças e caminha para se tornar um dos principais portais sobre hóquei no Brasil. Após a transformação do podcast em um portal efetivamente, passamos por várias reformulações, novos integrantes chegaram, e em contrapartida outros deixaram o projeto, sempre deixando contribuições valiosas para o portal ter chegado onde está hoje.