
Fãs canadenses torcendo no jogo da medalha de ouro do Canadá nas Olímpiadas de 2010. (Photo by Alex Livesey/Getty Images)
Mulheres e torcidas de hóquei: um ambiente acolhedor ou hostil?
A luta das mulheres pela igualdade no esporte não é recente, ela vem de décadas e décadas atrás, tanto as jogadoras quanto as fãs buscam essa igualdade diariamente. Nos últimos anos, com o surgimento de ligas, as divulgações em mídias esportivas e o incentivo contínuo da comunidade feminina nesse meio, as mudanças começaram a ficar cada vez mais perceptíveis, com recordes de audiência e público. Mas, com essas mudanças, ainda surge a dúvida: o ambiente do hóquei é hostil ou acolhedor para as mulheres?
Crescimento da presença feminina no hóquei

Jogo da PWHL entre Montreal Victoire e Toronto Sceptres. (Reprodução: Mark Blinch/Getty Images)
Historicamente falando, o hóquei sempre foi um esporte dominado por homens, desde os jogadores, passando pela comissão técnica e chegando até os torcedores. Porém não é novidade que de alguns anos para cá as mulheres vêm ocupando cargos importantes nesse esporte. Os maiores exemplos que temos atualmente são a head coach do Seattle Kraken, Jessica Campbell, as jornalistas Emily Kaplan, Leah Hextall e muitas outras. Além disso, há também mulheres participando da gestão esportiva e atuando nas funções de arbitragem.
Desafios enfrentados e as principais soluções para tornar a torcida mais inclusiva
Os maiores desafios são a exclusão, a invalidação de opinião, a falta de representatividade, o machismo e também o assédio. Para resolver esses problemas e ajudar a promover a melhora desse ambiente algumas iniciativas vêm sendo implantadas, como por exemplo as campanhas de conscientização promovidas pelas ligas e pelos times, contra o assédio. Grupos de apoio para as torcedoras também são uma iniciativa incrível, onde as mulheres se juntam para torcerem por seus clubes. O aumento da presença feminina nas comissões técnicas e nas funções de arbitragem mencionado anteriormente também é uma dessas soluções.

Jessica Campbell sendo apresentada como a head coach do Seattle Kraken. (Reprodução: Christopher Mast/NHLI via Getty Images)
Pesquisas de diversos sites, fóruns e posts nas redes sociais abrem o questionamento sobre a falta de acolhimento para as torcedoras no hóquei. Nos Estados Unidos, há um termo que chama bastante a atenção, utilizado para se referir somente às mulheres, “Puck Bunny”, que significa uma mulher que está mais interessada nos jogos pelos próprios jogadores do que pelo esporte em si. Esse termo generaliza todas as fãs e as impede de sentir o acolhimento na liga.
Alguns relatos nas redes sociais comprovam o sentimento de não pertencimento e nos dizem de onde vem a maioria desses comentários e termos. A maioria pode vir dos homens, que, muitas vezes, acreditam saber mais sobre o esporte. Infelizmente, não é tão incomum ver algumas mulheres usando esse mesmo termo para se referir às outras, aumentando ainda mais as barreiras para a igualdade no hóquei.
Segundo uma pesquisa feita pelo site Statista, as mulheres representavam cerca de 21% da torcida da NHL em 2023, um número que cresceu significativamente em 2024, já que segundo a pesquisa desse mesmo site, a porcentagem de torcedoras aumentou para 33,4% no último ano.

Kia Nurse, Sarah Nurse e Marie-Philip Poulin no puck drop da PWHL. (Reprodução: Mark Blinch/Getty Images)
Por ser uma liga recém-criada, ainda não há pesquisas que nos informem a porcentagem de gênero dos fãs da liga feminina. O que sabemos é que o número de torcedores está aumentando cada vez mais, batendo diversos recordes.
O primeiro jogo da liga teve 2,9 milhões de telespectadores somente no Canadá. O maior público da liga e da história do hóquei feminino foi de 21.105 torcedores no dia 20 de abril de 2024, no Bell Centre, em um jogo do Montreal Victoire contra o Toronto Sceptres.
O antigo recorde também foi atingido entre os dois times, que teve a presença de 19.285 torcedores. Já no último dia 18, a PWHL alcançou a marca de um milhão de fãs desde a criação da liga em 2023, durante o jogo do New York Sirens contra o Minnesota Frost.
Mesmo havendo outras ligas femininas profissionais de hóquei, a criação da PWHL foi o pontapé inicial para o crescimento da visibilidade do hóquei feminino e o crescimento principalmente para a comunidade de torcedoras, que acharam um ambiente acolhedor.
O ambiente das torcidas de hóquei ainda é, em boa parte, hostil, mas, com as iniciativas, o crescimento da participação das mulheres e o suporte dos times, ele está caminhando para ficar cada vez mais acolhedor. Trazendo mudanças significativas e que transformarão o hóquei em um esporte cada vez melhor de se acompanhar.
Paulista e flamenguista, apaixonada por esportes, cinema e histórias. Torcedora dos Habs, e que ainda não superou o possível fim da carreira de Carey Price.
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O podcast Tic-Tac-Gol! surgiu em 2021, antes do portal que temos hoje, e foi o primeiro podcast sobre o esporte feito apenas por mulheres! Ao longo desses anos, o Tic-Tac-Gol! passou por várias mudanças e caminha para se tornar um dos principais portais sobre hóquei no Brasil. Após a transformação do podcast em um portal efetivamente, passamos por várias reformulações, novos integrantes chegaram, e em contrapartida outros deixaram o projeto, sempre deixando contribuições valiosas para o portal ter chegado onde está hoje.